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Lixo: Um prolema para São Paulo | 30/08/2013



A cidade de São Paulo produz aproximadamente 12 mil toneladas de lixo por dia, e, para resolver essa questão, especialistas garantem que deverá ser desenvolvido um programa que envolva objetivos como a coleta seletiva, reciclagem, compostagem, aterro sanitário e a incineração.

De acordo com o professor Arlindo Philippi Junior, do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública, o problema da destinação do lixo produzido na cidade de São Paulo e região metropolitana já deveria ter sido resolvido. "Ainda não houve vontade política para resolver a questão. A Universidade possui especialistas e diversas pesquisas sobre o tema", afirma Philippi

O problema da destinação de resíduos sólidos na região metropolitana está chegando a seu limite e as soluções envolvem um trabalho conjunto entre Estado e Município. O assunto vem sendo tratado desde 1970, mas, segundo Philippi, a falta de vontade política para resolver o problema faz a questão se arrastar há vários anos.

No final do governo de Jânio Quadros havia uma proposta de se instalar incineradores na cidade. Contudo era uma solução que exigia outros tratamentos ambientais, em razão do processo para a queima do lixo. A Cetesb exigiu, na época, licenças ambientais para a instalação do incinerador, e o assunto acabou caindo no esquecimento.


Profª. Rosi

Quando “Estudar” é Prejudicial à Educação

Professora Rosi | 29/08/2013

Quando “Estudar” é Prejudicial à Educação



Neste exato momento, estou prestes a encerrar as atividades de um feriadão trancada dentro de casa, “estudando”. Esse “estudando” está entre aspas, não como uma reclamação por ter perdido um feriadão estudando, porque todo o tempo que dispendemos nos dedicando ao conhecimento é “lucrativo”. Ganha quem estuda, ganha a sociedade onde pessoas estudam, ganha o mundo quando seus habitantes estudam e utilizam esse conhecimento para o bem comum. As aspas servem, portanto, para ironizar a situação.

Com muita alegria, recebi este ano a notícia de ter passado no vestibular para uma instituição pública e federal de renome. Iniciadas as atividades, foi inevitável lembrar de alguns tópicos estudados nas disciplinas da licenciatura em geografia que havia cursado três anos antes, quando nessas estudávamos o porquê de tantas vagas em cursos superiores disponíveis atualmente, e a lástima em que esses cursos se transformaram (num geral, não falo apenas da instituição da qual agora faço parte).

Mal começou o semestre, ou o módulo, como se queira chamar, e fomos “convidados” a entrar no turbilhão de produções gastro-intestinais1. Ora, quem se propõe a estudar, sabe que trabalhos acadêmicos fazem parte da rotina do estudante, mas uma coisa é cada disciplina impor uma prova, um grande seminário e alguns artigos de opinião por semestre, bem estudados e debatidos e outra é a cada aula empurrar um trabalho.

Quando chega o fim de semana, você abre a agenda e para a próxima semana, cada um de seus dias tem uma apresentação de seminário, uma prova, um exercício, um trabalho, um qualquer coisa, que para não perder a nota, você faz nas coxas, de qualquer jeito, que se bobear nem leu. Mas não tem problema porque desde que entregando, qualquer coisa que se entregue também está bom.

Aí chega o mês de junho e com ele o fórum nacional de educação para o trabalho, onde pensadores da educação insistem na mesma tecla: educação deve ser para a vida e não para o mercado, deve ser libertadora e não para “formar” escravos.

Citaram à exaustão István Mészáros e seu livro “A Educação para Além do Capital”. Citaram não, na verdade a impressão é de que o livro foi decorado para ser declamado naquela semana. Não que eu discorde do autor, muito pelo contrario, tenho enorme concordância com suas ideias, o que me incomoda são tais ideias serem aplaudidas em congressos, para depois cada um voltar às suas casas e para as suas velhas práticas de sempre.

Para Mészáros, “a educação que poderia ser uma alavanca essencial para a mudança (…) fornece os conhecimentos e o pessoal necessários à maquinaria produtiva em expansão do sistema capitalista (…), também gera e transmite um quadro de valores que legitima os interesses dominantes”.

Nenhuma colocação mais apropriada para descrever a sensação que tenho dentro desta instituição, como a citação de García Marques, quando afirmou que “aos sete anos teve que parar sua educação para ir à escola”. Não posso estudar porque as aulas atrapalham, a academia me força a produzir freneticamente sem poder raciocinar sobre o que estou produzindo.

Outra afirmação de Mészáros que não parece mera semelhança é a de que “(...) a questão crucial sob o domínio do capital, é assegurar que cada indivíduo adote como suas próprias, as metas de reprodução objetivamente possíveis do sistema”. Por essa ótica, faz sentido, a produção frenética não passa de um treinamento para o que nos espera fora dos portões da academia. Ao invés de ter um papel libertador, além de instruir para ser operacional, a universidade adestra para a "vida" laboral.

O autor em seu livro, faz uma análise da educação enquanto instrumento de internalização da lógica do capital desde a infância, pois assim as pessoas tornam-se dóceis à própria exploração e não causam problemas futuros. Ao final da análise, dá a “receita”. Não existe lugar para reformas dentro do sistema capitalista, logo é necessário romper com essa lógica para que a justiça social se restabeleça. Para ele, “(...) romper com a lógica do capital na área da educação equivale, portanto, a substituir as formas onipresentes e profundamente enraizadas de internalização mistificadora por uma alternativa concreta abrangente”.

Apesar de ver os estudantes como bois que caminham para o matadouro, mansos pois já internalizaram que “é assim mesmo que funciona”, e professores que ou já desistiram pelo cansaço ou estão aí, novinhos em folha, formados pela mesma lógica do “matadouro”, como bois mais experientes que estão ali na mangueira apenas para ensinar aos outros como devem morrer, ainda participo dos fóruns e discussões, pois acredito que uma lógica como essa não pode se sustentar por muito tempo.

Não acredito que as pessoas de uma hora para outra vão acordar e sair às ruas e exigir mudanças, mas acredito que vai chegar a hora que o fardo nas nossas costas vai estar tão pesado que a mudança se dará por si, será algo inevitável e incontrolável.

Que esse pequeno texto sirva de desabafo para quem como eu está cansado de estudar sem aprender, e de ver a educação servindo de instrumento de cada vez maior “desumanização” entre as pessoas, ou pior, quem diria, de alienação da verdadeira educação, pois assim será por ainda um longo tempo.

Enquanto a corda não arrebenta, voltemos à nossa frenética produção normal, sob pena de não conseguir nota suficiente para seguir adiante...





Milton Santos assim chamava a produção acadêmica, exigida em quantidade sem nenhuma preocupação com a qualidade ou o conhecimento adquirido, pois atualmente a academia necessita de números e não mais de novas ideias.

Profª. Rosi
Geografia
E.E.Isabel A Redentora

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